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Sair da “caixinha” do organograma

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Ideias, ideais e idealizadores de cada época, tecem modelos existenciais ao geral das pessoas, e, também, funcionais e operacionais de organizações.

A adoção de modelos prontos, necessariamente não significa mudança de valores pessoais.

A ideia chega e toma conta, como vemos nos modismos em gerais, para, logo mais, ceder lugar para outra onda de novidades.

Movimentos de superfície que não imprimem suas marcas de forma duradoura.

Não mudam paradigmas, apenas afetam a feição das coisas e as pessoas aparentam aceitar de fato.

Há, sim, aquelas propostas que encontram ressonância em nosso modo de pensar e ser.

Essas nos impressionam e são acolhidas com sentido de integração e pertencimento, pois se enquadram em nosso estado vigente de crenças e valores, por conseguinte, comportamental.

É o caso do modelo organizacional que estava no auge da moda em meados do século XVII, que ainda hoje é praticado: a pirâmide.

O modelo ainda se mantém, mesmo diante de fortes mudanças que trazem significativas melhorias funcionais e maior eficiência organizacional, como o caso do achatamento de seus níveis hierárquicos para agilizar e melhor lidar com os mercados em transformação.

A corporação horizontal está cada vez mais ao nosso alcance.

Numa organização achatada, há menos níveis para a tomada de decisões, o que dinamiza soluções e diretrizes.

Empresas organizadas em torno de processos e não departamentos.

A agilidade da gestão não é gerada por voz descendente de comando hierárquico (como no modelo piramidal), mas foca nas habilidades de influência e realização no trabalho em pauta.

Algumas metas permanecem as mesmas, independente do modelo organizacional, como, por exemplo, o compromisso com o cliente, a habilidade de conquistar o melhor do pessoal e de cada dirigente, e o sucesso da organização no mercado.

Metas permanecem estáveis, mas as maneiras de atingi-las estão em mudança permanente e requerem uma flexibilidade no pensar.

Eis o ponto nevrálgico.

A transformação organizacional está ligada a transformação do indivíduo.

No papel e no discurso até se adota um organograma mais dinâmico, mas se esse novo modo de gestão não fizer parte da maneira de pensar, de sentir, dos líderes, as ações serão incongruentes, sem ressonância estimulante em toda equipe.

É perigosamente desestruturante anunciar liderança renovada e rica de valores edificantes, e se praticar o arcaico protocolo da “cenoura e do chicote”.

A revolução necessária está dentro de cada um, na capacidade de tomar atitudes que assistam também a necessidade coletiva, onde todos os envolvidos no empreendimento, interna e externamente, colaboradores e clientes, devem ser considerados e respeitados como seres integrais que todos somos, segundo nossa natureza humana: corpo, mente, emoção, consciência (espírito).

Somente depois de passarmos por uma transformação psicológica, emocional e espiritual, e reconhecer que nossa tarefa é servir, uma vez que a empresa é um ente social e congrega pessoas sob sua custódia e responsabilidade, mereceremos ser chamados de líderes.

O líder que promove avanços não deve se acomodar na “caixinha” de um organograma, pois tais limites são muito acanhados para ele.

Ele precisa ser maior e mais abrangente do que essas linhas divisórias e separatistas, a fim de encontrar o ente humano que com ele caminha, num relacionamento solidário e construtivo.

Não é desordem, nem rebeldia, como modelo. E uma nova ordem, novo modus operandi, com participação pronta e direta nas ações, somando-se a equipe de trabalho, agora com menos formalidade, burocracia, que tanto adora memorandos.

Líder não é o que apenas aponta caminhos, é aquele que convida o outro para seguirem juntos.

Ao invés de “vá”, pratica o “vamos”.

No lugar do “eu”, pensa em “nós”.

A liderança legítima é aquela que é capaz de inspirar seu pessoal, não em comandar pessoas.

Lidera com seu coração e com sua mente.

Estimula a todos para desempenho com propósito.

Leva a que cada um faça o melhor e seja melhor sempre.

Zela por um vínculo emocional equilibrado que os funcionários têm com suas empresas, pois, sem ele – colaborador emocionalmente participativo –, elas, as organizações, não conseguem alcançar seu potencial real.

As organizações de confiança, são aquelas que têm compromisso não apenas com a ideia comercial do valor, mas também com a ideia ética de valor, que é gerado por força humana em coesão de ideais.

São as que estimulam a criatividade e dão às pessoas a liberdade de fazer escolhas, e contribuam com o conjunto da obra e com o propósito maior.

Em tais empresas, a saúde e o bem-estar são tidos como fundamentais, por serem pilares de sustentação de toda ação produtiva.

O trabalho somente valerá a pena se emocionar a todos por sua grandeza e essência humanitária e contribuição geral para a vida em harmonia das pessoas envolvidas.

É o nascimento de uma geração de líderes dispostos a romper com o estado vigente das coisas, que vem formado até então por modelos que não mais condizem com suas ideias e ideais pessoais, originais e legítimos, o que os leva a substituir autoridade-comando por autoridade intelecto-moral, aceitos com admiração e respeito, pela pessoa que é e pelo que faz por todos, e não pela posição formal que ocupe.

Organizações que vivenciam hoje, o que o futuro reserva para todas que sobreviverem, são aquelas que adentraram a era de liderança positiva e proativa que flexione o ultrapassado modelo secular piramidal, com substituição do paradigma: “eu sou o chefe”, para a visão empresarial de ente social coletivo: “nós fazemos juntos o nosso sucesso”.

Reprisamos o escrito em outro artigo nosso: Estamos diante do quadrante gerador de um vórtice de energia criativa e construtiva: visão, disciplina, paixão e consciência humanitária.

Enfim, os desafios da nossa era serão superados desde que mudemos nossa mentalidade, tanto como indivíduos quanto como uma sociedade.

O nosso objetivo não é eleger e estimular esse ou aquele modelo organizacional.

Almejamos, sim, enriquecer mentes e despertar corações das pessoas, de modo a que vejam a vida e as organizações sob novo prisma.

Concluímos que as profundas mudanças que se fazem necessárias hoje requerem uma quebra do nosso paradigma individual de pensamento, sentimento e postura egóica, e uma alteração da nossa consciência, com despertamento para a necessidade evolucionária de nossa individuação, ou seja, indivíduos humanizados, em prol de um bem maior.

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informal studies

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open thoughts / free will

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