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A pressa tornou-se a norma, e a urgência, a regra

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Vivemos em uma era de ritmo acelerado, onde a pressa tornou-se a norma, e a urgência, a regra.

Ao examinarmos a relação entre o ritmo de vida acelerado e a comunicação cada vez mais rápida, pelo seu encurtamento, surge a pergunta fundamental: Será que essa aceleração realmente reflete a prática de nossa melhor inteligência?

Neste artigo, exploraremos a incoerência subjacente na vida apressada e na aceleração da comunicação, argumentando que a busca pela sabedoria está intrinsecamente ligada ao equilíbrio e à rejeição da ideia de que acelerar é sinônimo de eficiência.

O ritmo acelerado da vida contemporânea trouxe consigo uma série de desafios, desde o estresse crônico até a falta de tempo para reflexão e autocuidado.

A busca incessante por eficiência muitas vezes nos leva a sacrificar aspectos fundamentais de nossa saúde mental e física.

Este fenômeno – ritmo acelerado -, longe de ser sinônimo de sagacidade e proatividade, pede cuidados e melhor análise, pois pode ser um sintoma de desorganização, desequilíbrio nas prioridades e nos propósitos.

Assim como o ritmo de vida acelerado, a comunicação também sofreu uma transformação, agora caracterizada por mensagens curtas e instantâneas.

No entanto, é de bom-senso questionar a validade dessa abordagem para tudo e todos, pois a aceleração na comunicação não é necessariamente sinônimo de clareza ou eficácia.

Enquanto as mensagens rápidas podem transmitir informações de maneira eficiente, elas frequentemente carecem da profundidade necessária para uma compreensão completa e rica.

O termo comum para essa comunicação curta e direta, muitas vezes elogiada por sua eficácia em ambientes empresariais e mídias sociais, é “elevator pitch“.

O “elevator pitch” refere-se a uma breve apresentação, geralmente de 30 segundos a dois minutos, que destaca os pontos essenciais de uma ideia, produto, serviço ou até mesmo de si mesmo.

O nome sugere a ideia de apresentar a mensagem de forma concisa o suficiente para caber em uma breve viagem de elevador, onde se tem um tempo limitado para chamar a atenção e transmitir informações importantes.

Porém, é preciso considerar, no contexto geral da comunicação humana, que a mensagem transmitida nem sempre corresponde à mensagem recebida, e que a habilidade da concisão e o poder de síntese, que poucos têm, pede um esforço amadurecido e profundo para seu desenvolvimento.

Associar automaticamente uma vida acelerada a uma comunicação igualmente apressada é, na verdade, um equívoco.

A sabedoria reside na capacidade de discernir quando a pausa é mais valiosa do que a pressa.

No geral, a aceleração na comunicação não é uma síntese inteligente; é, na verdade, uma simplificação excessiva que sacrifica a riqueza das interações humanas.

O que se deseja é clareza que contribua com o bom entendimento, permitindo ações com eficiência para se alcançar o resultado desejado?

Então, é necessário diferenciar encurtamento, de objetividade; aceleração, de resumo inteligente; e mensagens breves, de síntese, no seu melhor sentido.

Nem sempre o que se pensou, se traduz em palavras com fidelidade; e o conteúdo então comunicado nem sempre atinge o entendimento esperado.

Atenção e cautela vêm em bom momento com seus conselhos.

Em nossa busca por vida saudável e pela eficiência na comunicação com as pessoas, é imperativo desacelerar, e pelo menos tentar olhar nos olhos com quem conversamos e manter esse propósito firme até o final do diálogo.

A clareza na comunicação não é alcançada pela aceleração desenfreada, mas sim pela compreensão cuidadosa, pela sensibilidade da empatia e pela apreciação das nuances.

O bom-senso sugere que é imprescindível encontrar um oportuno equilíbrio.

Uma abordagem mais equilibrada para a vida pessoal e profissional, incluindo a comunicação (falada, escrita), leva em consideração a importância do tempo para a reflexão e o diálogo, compreensão e conexão mais profunda com os outros, e de reconhecer a inteligência da qualidade sobre a quantidade.

Em um mundo onde a velocidade muitas vezes é valorizada, é essencial questionar se essa pressa constante realmente contribui para uma vida ou para uma gestão empresarial mais significativa e satisfatória.

A comunicação eficaz, em muitos casos, requer tempo para expressar pensamentos, ouvir atentamente e compreender aspectos pontuais do relacionamento.

O desafio está em reconhecer a necessidade do equilíbrio e encontrar maneiras de promover uma existência e uma comunicação que seja eficiente, mas também rica em qualidade.

A busca incessante por eficiência pode, paradoxalmente, minar a qualidade de vida, e a demanda por mensagens mais curtas e rápidas pode levar a uma comunicação rasa, onde a clareza é sacrificada em nome da brevidade, e a confusão toma o lugar da concisão.

A inteligência desse modelo não se manifesta apenas na velocidade, mas, primordialmente, na capacidade de compreender, sintetizar e comunicar de maneira clara e profunda.

O encurtamento indiscriminado de mensagens não promove clareza; pelo contrário, pode resultar em mal-entendidos, falta de contexto e uma comunicação deficiente.

Ao desafiar a incoerência na vida acelerada e na comunicação pressionada, abrimos portas para uma existência mais autêntica, significativa e verdadeiramente inteligente.

A clareza não se encontra na pressa, mas na pausa reflexiva que nos permite apreciar a complexidade e a beleza de cada momento.

O equilíbrio é a chave!

Portanto, a verdadeira eficiência da comunicação não está no pouco conteúdo, mas na capacidade de transmitir informações substanciais e úteis, de maneira clara e compreensível, de modo objetivo, na extensão necessária.

Desafiemos a narrativa da pressa como indicador de sucesso e abracemos um estilo de vida e comunicação que priorize a profundidade sobre a superficialidade, a conexão sobre a rapidez, a concisão sobre a confusão.

A vida apressada e a aceleração na comunicação podem ser questionadas como padrões de melhor performance, ao se reconhecer que a pressa nem sempre leva ao sucesso e que a verdadeira eficiência na comunicação vai além da brevidade; ela reside na essência de sua natureza: comunicar e criar relacionamentos significativos.

Enquanto mensagens curtas têm seu lugar em situações específicas, a insistência na generalização da comunicação acelerada pode não comunicar ou deixar de tratar de detalhes essenciais.

O que dizer da aceleração de mensagens via aplicativo, ao ouvir, ou mesmo de vídeos, para assistir? Eficiência ou ansiedade? Necessidade ou neurose? Ganho ou perda? Performance ou impaciência? Novo padrão ou saturação?

A verdadeira sabedoria reside na capacidade de reconhecer quando é necessário desacelerar para nutrir uma vida de bem-estar, e discernir a fim de promover um sentido mais profundo de conexão com nós mesmos e com os outros.

Em um mundo que valoriza a velocidade, a verdadeira eficácia está naqueles que escolhem deliberadamente o ritmo da harmonia, abraçando a riqueza que vem da pausa, reflexão e apreciação da jornada, não apenas da chegada.

Nos detalhes do processo está a segurança e a qualidade do resultado.

A habilidade de se comunicar eficientemente é uma competência cultivada através do aprendizado. A New Business School destaca e aprimora essa aptidão por meio de seus treinamentos in company, abordando esse tema, por exemplo, em: “Você, comunicando-se bem…”

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